segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

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A subtração é a função matemática mais simples e útil a ser utilizada quando não se quer passar a toa pelo mundo. Passei muito tempo me dedicando a busca do intemporal e fico feliz por ter chegado a conclusão de poucas e felizes parcerias. A forma e o movimento das coisas sempre tem algo de feio a revelar e isso se torna menos doloroso quando a gente resolve que nem tudo é tão importante ou que deve ter um significado fotografável. Os planetas nem sempre se alinham de forma correta e a solidão é o fato predominante da maioria das ocasiões. Imaginar que estamos jogados ao cuidado dos outros pode parecer bonito e confortável mas não passa de mais um sonho, de um cenário ideal aonde qualquer pequena atitude não esperada se transforma facilmente em algo decepcionante. Me mantenho calada na maioria das vezes e acredito que essas horas são fundamentais pra formação de algo gigante dentro da minha mente. Mas queria aprender a dividir mais. E melhor. Meu coração se aperta num nível preocupante e isso devia ser curado com advil, só que a direção desse esmagamento é sempre no sentido contrário da melhora. É a maldição da água e da lua que implica o dia do meu nascimento. Se eu fosse completa e infinita como o mar, por exemplo, talvez toda a diversão seria mais atraente e eu não precisaria da matemática pra medir cada atitude e cada palavra. Pensar bem antes de falar e pensar em você antes de dormir: isso tá cada vez mais complicado e incalculável. Quando é que afinal essa posição será confortável ou pelo menos não-angustiante? Eu poderia tentar fazer um coquetel de planetas, água, alucinações e tapas na cara mas no final só significaria mais trabalho, mais cálculos. E definitivamente, menos pessoas. Não queria recriminar os autistas sem gatos, mas isso não seria mau, eles se revelam quando se adiciona mais medo a cada gole e então, se produz a catástrofe.

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